30 de abr. de 2009

Orações e Preces

Quando o homem aprendeu que a prece não podia coagir os deuses, ela transformou-se mais em um pedido, em uma busca de favores. Mas a oração mais verdadeira é, na realidade, uma comunhão entre o homem e o seu Criador.
O surgimento da idéia do sacrifício, em qualquer religião, diminui infalivelmente o alto potencial de eficácia da verdadeira prece; no sentido de que os homens substituem a oferenda da consagração da sua própria vontade de cumprir a vontade de Deus, pelas oferendas de posses materiais.
A oração contribui grandemente para o desenvolvimento do sentimento religioso de uma mente humana em evolução. É uma influência poderosa que opera impedindo o isolamento da personalidade.
A prece representa uma técnica associada às religiões naturais da evolução da raça, e forma também uma parte dos valores experienciais das religiões mais elevadas em excelência ética, as religiões da revelação.
Para alguns indivíduos, a prece é a expressão tranqüila da gratidão; para outros, uma expressão grupal de louvação, de devoções sociais. Algumas vezes, é a imitação da religião de uma outra pessoa. Ao passo que a verdadeira oração é uma comunicação, sincera e confiante, da natureza espiritual da criatura com a onipresença do espírito do Criador.
A prece genuína aumenta o crescimento espiritual, modifica as atitudes e produz aquela satisfação que vem da comunhão com a divindade. É um transbordamento espontâneo da consciência de Deus.
Deus responde à prece do homem dando a ele uma revelação acrescida da verdade, uma apreciação revalorizada da beleza e uma concepção ampliada da bondade. A prece é um gesto subjetivo que, todavia, leva ao contato com poderosas realidades objetivas nos níveis espirituais da experiência humana; é uma tentativa significativa, do ser humano, para alcançar valores supra-humanos. É o estímulo mais potente para o crescimento espiritual.
As palavras da oração são irrelevantes; elas são meramente o canal intelectual pelo qual o rio da súplica espiritual tem a oportunidade de fluir. O valor das palavras, em uma prece, é puramente auto-sugestivo, dentro das devoções íntimas, e sócio-sugestivo, nas devoções grupais. Deus responde à atitude da alma, não às palavras.
A prece não é uma técnica para se escapar do conflito, é antes um estímulo ao crescimento em face desse mesmo conflito. Orai apenas pelos valores, não pelas coisas; pelo crescimento, não pela gratificação.
(Fragmentos extraidos do "Livro de Urantia" -Documento 91)

24 de abr. de 2009

Construindo Valores

A busca de valores é uma constante tarefa dos jovens. É importante dar a eles uma boa referência de utilidade e de beleza. É preciso dar a eles uma boa referência de valores éticos, úteis e de valores que definem a beleza da vida. É isto que faz a diferença de ser feliz. É este o caminho da alegria e da paz interior.
O contentamento individual e coletivo é a revelação de nossa utilidade e de nossa beleza. O jovem busca isto porque tem dentro dele esta referência cósmica de valor, mas é essencial que os adultos, educadores e profissionais em geral, mantenham esta fidelidade com o propósito do Bem que está dentro de cada um. Assim, podemos formar novas opiniões acerca de nosso mundo, pois está velha demais toda guerra interna de cada ser humano com ele mesmo. Já é velha demais toda a luta entre pessoas, regiões e países inteiros.
É tempo de renovar e resgatar o que cada um tem como valor real. O valor real é a essência de pureza que originou a vida, que pode construir mundos, que é capaz de manifestar a inteligência construtiva.
Eu imploro, eu clamo, eu rogo a todos que dêem a oportunidade aos jovens e adultos seguirem pela trilha da inteligência construtiva, do alcance de valores éticos, que expanda a beleza e a bondade da vida. Isto se constrói com a verdade que vive em nossa essência criadora, onde residem os atributos da Ordem, da Luz e do Amor, que são a própria essência da vida.

20 de abr. de 2009

Orar com Ética

(Texto extraído do Livro de Urantia - Documento 91).

Nenhuma prece pode ser ética quando o suplicante busca uma vantagem egoísta sobre os seus semelhantes. A prece egoísta e materialista é incompatível com as religiões éticas, que estão fundadas sobre o amor não egoísta e divino. As preces desprovidas de ética retroagem até os níveis primitivos da pseudomagia e são indignas das civilizações avançadas e das religiões esclarecidas. A prece egoísta transgride o espírito de toda a ética baseada na justiça do amor.
A prece nunca deve ser prostituída a ponto de tornar-se uma substituta para a ação. Toda prece dentro da ética é um estímulo à ação e um guia para os esforços progressivos na direção das metas idealistas de realização do supra-eu.

5 de abr. de 2009

O Livre Arbítrio

Ao longo de sua vida o homem desenvolveu uma mente viciada e corrupta contaminando toda a humanidade e expandindo uma mente coletiva igualmente distorcida, corrompida e viciada, justificada por princípios equivocados e por abusos vindos do mau uso do livre arbítrio.

O homem se anestesiou e já nem percebe seu desvio de conduta se não está suficientemente atento a sua verdadeira origem como criatura.

De tempos em tempos, porém, surgem seres extraordinários que certamente são enviados pelo Criador para despertar o ser humano de seu profundo sono, vindo nos alertar e nos mostrar que a espécie humana possui algo mais além de suas aparências. Mais que isto, esses seres nos trazem a esperança, pois havendo boa vontade o homem é capaz de superar seus nefastos programas de sua mente corrompida e viciada, podendo despertar-se, liberar-se e elevar-se à uma posição que resgata a sua dignidade, restabelecendo-se como Filho do Pai na mais perfeita harmonia com as suas origens.

Se não estou consciente de minhas origens, estarei, sem perceber, condenado a violar leis e princípios básicos da criação original.

Se não estou desperto, estarei passivamente metido na mente coletiva contaminada, cuja responsabilidade de transformação será sempre delegada a outros, por força de uma aceitação social viciada, perdendo a oportunidade de criar algo mais valioso e eterno para a minha existência.

A decisão, no entanto, é de cada individuo através de seu próprio livre arbítrio.